sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mestre Bimba (1900-1974)


Mestre Bimba (1900-1974)

Manuel dos Reis Machado nasceu no dia 23 de novembro de 1900, no bairro Engenho Velho, Freguesia de Brotas, Salvador, Bahia.

O apelido ele ganhou logo ao nascer de uma aposta feita entre sua me, Maria Martinha do Bonfim e a parteira que o aparou.

Seu pai, Lus Cndido Machado, era conhecido como um grande batuqueiro, campeo de batuque.

Iniciou-se na capoeira aos 12 anos de idade, seu mestre foi o africano Bentinho, capito da Companhia de Navegao Baiana.

Aos 18 anos comea a dar aulas no bairro onde nasceu. Como ele mesmo dizia:

Em 1918 no havia escola de capoeira, havia sim rodas de capoeira, nas esquinas, nos armazns e no meio do mato.

Em 1928 achando que a capoeira que ele praticava e ensinava era pouco competitiva, e que deixava a desejar em termos de luta, juntou golpes de batuque capoeira de angola e criou a capoeira regional.

Fiz a capoeira regional. Enquanto estudava e praticava a de angola fui inventando e aperfeioando novos golpes.

Em 1928 eu criei, completa, a regional que o batuque misturado com a angola, com mais golpes, uma verdadeira luta, boa para o corpo e para a mente.

A capoeira regional criada por Mestre Bimba foi motivo de muita polmica entre os outros capoeiristas que no concordavam com sua radical mudana. Por outro lado, os jornais e revistas da poca no cansavam de noticiar suas proezas. A fama de Bimba e da capoeira regional se propaga pelo Brasil.

Em 1932, fundou sua primeira academia especializada com o nome de Centro de Cultura Fsica e Regional. Cinco anos depois, em 1937, era reconhecida e registrada oficialmente pelo governo. Em 1939, Bimba ensina capoeira regional no quartel do CPOR. Instalou sua segunda academia em 1942.

Bimba leva a capoeira em exibies por todo o pas e em 23 de julho de 1953 apresenta-se para o ento presidente Getlio Vargas, no palcio da Aclamao em Salvador. Ao apertar-lhe a mo o Presidente disse:



A capoeira o nico esporte verdadeiramente nacional.

Foi depois desta apresentao que Getlio Vargas liberou as manifestaes populares at ento perseguidas e, com isso, beneficiou a capoeira que deixou de ser proibida pela polcia.

Casado e pai de 10 filhos, Bimba enfrentava problemas financeiros. Assim, acreditando em promessas de maior reconhecimento e de uma vida melhor, Mestre Bimba deixa Salvador e parte para Goinia.

Porm sua vida em Goinia no foi como lhe haviam prometido. Um ano depois de deixar a Bahia, no dia 05 de fevereiro de 1974, morre Mestre Bimba.

O homem que elevou a capoeira de status, que a tirou de baixo do p do boi, como gostava de dizer, e a introduziu nos meios universitrios e sociais de Salvador, que foi citado em enciclopdias e filmado por turistas do mundo todo.

Sepultado em Goinia, seus restos mortais foram transladados para Salvador em 20 de julho de 1978.


Bimba se foi mas deixou sua majestosa, inigualvel obra, a qual, como ele, tornaram-se imortais, deixando sua filosofia e sua fora de fazer uma capoeira forte e insupervel, uma capoeira autntica, digna de ser chamada Capoeira Regional, a arte marcial brasileira.

Algumas criaes de Mestre Bimba:

. Criou a capoeira regional, na poca consistia de 52 golpes.

. Criou um mtodo de ensino, a chamada seqncia de Bimba que consiste em 8 seqncias de ataque e defesa para serem executados na roda.

. Criou a seqncia de cintura desprezada, que uma srie de bales cinturados, que os alunos s podiam jogar depois de formados, ao toque de iuna.

. Criou o batizado de capoeira, um ritual onde o aluno iniciado na capoeira recebendo um apelido e sua primeira graduao.

. Criou a graduao na capoeira, que consistia em 4 lenos de esguio de seda:

1 leno cor azul aluno formado

2 leno cor vermelho aluno formado e especializado

3 leno cor amarelo curso de armas

4 leno cor branco mestre de capoeira

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

N' Golo ou Dança da Zebra.

N'Golo ou Dança da Zebra

A Dança da zebra ou N'Golo de origem do povo "Mucope" do sul da Angola, que ocorria durante a "Efundula" (festa da puberdade), onde os adolescentes formam uma roda; com uma dupla ao cetro desferindo coices e cabeçadas um no outro, até que um era derrubado no solo, essa luta é oriunda das observações dos negros, dos machos das zebras nas disputas das fêmeas, no período do cio, onde os machos lutam com mordidas, cabeçadas e coices. Com a "revolta dos Malês", na Bahia, formada pelos Negros Malês em 25 de fevereiro de 1835 que foi reprimida pelos Portugueses, que castigaram mutilando os lideres, e enviou um navio para África e outro dos rebeldes para a América Central. Em Cuba e Martinica os males fundiram com a dos navios e negros dos canaviais dando origem ao "Mani", em cuba e "Ladva", em Martinica. O N'Golo levado pelos angolanos para palmares fundiu-se com a Maraná surgindo a Capoeira. Fomos missionários na Angola junto ao povo Mucope onde tivemos o privilégio de assistir uma dessas manifestações culturais, a "dança do N'Golo", e não tem nenhuma aparência com a Capoeira chamada Angola.
Cartas do Jesuíta Antonio Gonçalves para os superiores de Lisboa, em 1735, descreve um luta que os índios praticavam antes de qualquer conflito, em forma de roda dois a dois usando os braços, pernas, cotoveladas, joelhadas, e usando todo corpo como armas (convento de Santo Inácio de Loyola, anais das missões no Brasil. Tomo III pág. 128)
O escrito Holandês Gaspar Barleus descreve no livro "Rerum Per Octenium in Brasília-1647, a luta dos índios tupis praticada no litoral brasileiro" chamado de maraná, luta de guerra, só existem dois exemplares, um no EUA e outro no Brasil.
O cronista alemão Johann Nieuhoff descreve em seu livro "Crônicas do Brasil Holandês" 1670, a luta do maraná assim com descreve em baixo:

Maraná a Dança da Guerra

As cartas do escrivão Francis Patris, que acompanhava o cortejo do príncipe Mauricio de Nassau durante a invasão Holandesa, descreve entre muitos obstáculos para a ocupação do território brasileiro a resistência dos Habitantes do Brasil.
Negros comandados por Henrique Dias, portugueses por Vidal de Negreiros, Índios Potiguares comandados por Felipe Camarão, o "Ìndio Poti". Esses índios usavam durante o confronto, alem de flechas borduna, lanças e tacapes, os pés e as mãos desferindo golpes mortais, destacando-se por sua valentia e ferocidade.
Pertencia a cultura potiguara a dança e guerra Maraná, que avaliava o nível de valentia. Em círculos, os guerreiros com perneiras de conchas compunham um compasso ao bater com os pés e as mãos, invocando seus antepassados, acompanhado de atabaques de troncos com pele de Anta, chocalhos e marimbas, em quanto que dois guerreiros se confrontavam ao centro com golpes de pernas, cotoveladas e movimentos que imitavam os animais.

Quilombo dos Palmares

A maior resistência socioeconômica e política da história do Brasil, quase cem anos lutando pelo direito á vida e á liberdade, na Serra da Barriga, em Pernambuco hoje Estado da Alagoas. Em 1650, um grupo de escravos se
rebelou no engenho de Pianco, Capitania de Pernambuco, liderada pelo Príncipe Negro Angolano "Zumba" que os conduziu para o Alto da Serra da Barriga, onde ficava a aldeia de nação Potiguar "Palmares", liderada pelo cacique Canindé e a Xamã Akutirene. A velha feiticeira previu que o certo dia surgiria de grande rio um grande Rei que imortalizaria Palmares. Com sua grande liderança foi eleito Rei "Ganga" de Palmares. Dentro de poucos anos a população negra passou 70%, a dos principais quilombos, que ao todo foram oito (Amaro, Akutirene, Macaco, Aqualtene, Danbraga, Subupira,
Adalaquituxe), 25% de Índios e 5% de Portugueses Brancos foragidos (Mestiços, portugueses, Franceses e Espanhóis). Toda essa miscigenação racial criou uma nova cultura étnica, religiosa, dialeto, capoeira, culinária, relações, culturais onde a terra era patrimônio de todos e as decisões de ganga eram decididas pelo concílio dos anciões Zama, que representava os patriarcas de cada família. Palmares foi a maior republica socialista de América, formava um arco-íres racial do povo Brasileiro (Negros, Mamelucos, Índios, Cafuzos, Sararás, Mulatos e Brancos e etc.) nessa sociedade surgiu à capoeira com a fusão das culturas negras, indígenas e brancas. O negro contribuiu com o N'Golo, a ginga, mandinga, com seus instrumentais, pandeiro quadrado, atabaque Islâmico, agogô e mais tarde o berimbau (urocongo). Os Índios com as marimbas, xererê, atabaque de tronco oco e pele de anta, com movimentos que imitavam os animais.
Ouviu-se falar de capoeira pela primeira vez durante as invasões holandesas, em 1624, quando os índios, e Negros escravos, (as duas primeiras vitimas da colonização). Aproveitando-se da confusão gerada, fugiram para as matas, aumentando o contingente dos Quilombos dos palmares onde o primeiro rei "ganga" Chamava-se Zumba; Salientamos que o primeiro Quilombo registrado foi em
Pernambuco(Cumbi) no ano de 1558.
Em 1678 foi Regis trado a chegada de Ganga Zumba, Rei dos Palmares, ao recife. Onde foi recebido pelo então Governador Souza de Castro; Por várias vazes Ganga-Zumba com seus Guerreiros Maus vestidos chegaram a Recife, convidado pelo Governo de Pernambuco a respeito de muitos Escravos fugirem para Os Quilombos, deixando grandes prejuízos para os Fazendeiros, que precisavam da monocultura Escrava; do acordo firmado entre Zumba e o Governo Constituinte, nada foi cumprido por parte do poder Constituído. Também durante uma dessas visitas Ganga-Zumba foi envenenado Pelos seus Próprios Colaboradores manipulados pelo Governo Pernambucano. Zumbi: Assumindo o comando o Guerreiro Zumbi que quando criança havia sido raptado por Bandeirantes ou Caçadores de Escravos e criado por um Padre em Recife, que aos 15 anos já era coroinha, e aos 25 anos fugiu para os Quilombos dos Palmares ficando no lugar de Ganga-Zumba mais foi morto no dia 20 de Novembro de 1695 pelo perverso Domingos Jorge Velho, a sua cabeça foi colocada em sal e enfiada em um poste na frente da Igreja do Carmo para mostrar a seus seguidores que seu defensor havia sido vencido, hoje existe o monumento do mesmo, e a data de sua morte é comemorada o dia da Consciência Negra, Segundo a Lenda Zumbi era um nato lutador de capoeira. O Reinado de Zumbi Durou 14 anos.
A Capoeira é Considerada a Arte Marcial Brasileira pelo motivo de ser utilizada de muita forma como as Maltas, Guerra do Paraguai, Revoltas dos Mercenários, nas caramussas entre monarquia e republicanos, Guerra das Tabocas, Mascates, Guardas costas de José do Patrocínio e Dom Pedro 1, Canudos, Farrapos, Primeira e segunda Guerra Mundial, ETC...
Bibliografia: Recife Sangrento. Trechos do Livro Inédito sobre História de capoeira no Recife do Século XIX, de Bernardo Alves. Câmara Cascudo. José mariano. José Lins do Rego
É nossa História

terça-feira, 13 de julho de 2010

Capoeira em Salvador

Capoeira em Salvador

A tão conhecida Capoeira, que é vista nas ruas e ladeiras de Salvador, tem a sua história relacionada à opressão e cultura. Assim surge essa dança ou arte marcial, como queiram chamar.
A escravidão no Brasil teve inicio por volta de 1538 e com a vinda desses africanos os costumes trazidos na bagagem eram uma forma de minimizar o sofrimento no Novo Mundo. Os rituais religiosos e danças comemorativas feitas na terra natal já mostravam os primeiros passos que iriam culminar na Capoeira. O surgimento real dela acontece logo depois das primeiras fugas de escravos. Dessa forma, os fugitivos necessitavam de algo que os defendesse e lhes desse a habilidade de atacar os “capitães-do-mato”. E com movimentos de ginga, saltos e chutes a antes dança comemorativa ganha caráter de luta. A eficácia da Capoeira veio em forma de vitória nas diversas batalhas, seja em relação à opressão social da época ou em Guerras como a do Paraguai.
O nome mundialmente conhecido tem origem nas “capoeiras”, ou terrenos que tiveram o mato queimado e apresentam a sua vegetação crescente. E eram nesses espaços que os escravos tinha condições favoráveis na hora de lutar em prol da liberdade e da vida. A Capoeira teve tanta influência na época da escravidão e nos anos que seguiram após a abolição, que chegou a ser proibida sob pena de prisão ou até deportação. Sendo os seus praticantes considerados desocupados e desordeiros.
A diversidade existente na Bahia também está inserida na capoeira, que possui duas variações de estilos de luta, musicas e cantos. O primeiro estilo da capoeira surge junto com seu desenvolvimento durante a escravidão. A capoeira Angola, como é conhecida, corresponde a uma das características da cultura africana Bantu, que são alguns de seus rituais religiosos. O jogo de capoeira Angola é recheado de sagacidade, mandinga e elegância de movimentos que seguem o ritmo tocado pela orquestra. Um dos mestres mais conhecidos da capoeira Angola é Vicente Ferreira Pastinha – o Mestre Pastinha. Discípulo do mestre africano Benedito, Pastinha dedicou sua vida aos ensinamentos da capoeira em sua academia no Pelourinho (Centro Esportivo de Capoeira Angola), se dedicou, sobretudo a desfazer o preconceito em relação a capoeira incrustado na sociedade.
Na década de 30 aqui na Bahia, Manoel dos Reis Machado – o Mestre Bimba – após 14 anos cercado com os ensinamentos da capoeira Angola, tendo em vista as falhas desta modalidade, decide criar a Luta Regional Baiana. E hoje a conhecida Capoeira Regional é uma linha aperfeiçoada da capoeira Angola, com cerca de 52 golpes. Foi o mestre Bimba que através na sua nova linha de ensino da capoeira, conseguiu incluir a mulheres e posteriormente pessoas brancas e de outras classes sociais. Ele também exigia que os seus capoeiras estivessem trabalhando ou estudando, exigiu até quem todos jogassem com uniforme branco, como forma de higiene.
A trajetória da Capoeira mostra que ela foi mais uma forma dos escravos e seus descendentes afirmarem sua identidade e cultura numa sociedade preconceituosa. O mais novo Patrimônio Cultural Brasileiro é praticado nas ruas do Centro Histórico, onde existem diversas academias, bem como na tradicional roda de capoeira no Mercado Modelo e em todo o resto da cidade existe uma academia ou um grupo de capoeira esperando de braços abertos os novos e velhos adeptos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O que é Ginga?


O QUE É A GINGA?
É bem sabido que aginga é a movimentação básica da Capoeira, fulcro de onde se originam todos os seus movimentos.

Segundo a definição de Mestre Decânio,
"a ginga consiste no movimento ritmado de todo o corpo, acompanhando o toque do berimbau, com a finalidade principal de manter o corpo relaxado e o centro de gravidade do corpo em permanente deslocamento, pronto para esquiva, ataque, contra-ataque ou fuga. Durante o gingado, o praticante deve manter-se em movimento permanente, simulando tentativas de ataque e contra-ataque, sempre atento às intenções do parceiro, em contínua postura mental de esquiva e proteção dos alvos potenciais de ataques."
A ginga também sofreu modificações no curso do desenvolvimento da capoeira, e não raro ouvimos dos mestres mais antigos comentários sobre esta ou aquela maneira de gingar. Há pouco tempo, ouvimos Mestre Suassuna falar sobre a ginga de Mestre Gaguinho (de Pastinha), ginga marcada e muito eficiente, à qual deveríamos prestar mais atenção.
Deixemos a eles, portanto, a palavra; começaremos pelo pequeno artigo enviado por Mestre Damião, o Tenente Esdras, um dos pioneiros da Capoeira paulista, patrono da capoeira de São José dos Campos:
“VAMOS GINGAR CURTO, CAMARADO!”
Há também um interessante artigo de Mestre Decânio, intitulado:
"POTENCIAL EVOLUTIVO DO GINGADO"

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Por que o nome capoeira?


Por que o nome Capoeira?

Existe varia teorias vamos citar algumas:

Tornou-se necessário praticar, treinar e organizar os movimentos conhecidos em forma de luta. Para isso era necessário afastar-se das vistas dos feitores e guardas das fazendas, engenhos e minas. Mais uma vez negro encontrou na natureza esse apoio. Entrava nos matos próximos às senzalas para se esconder e se preparar para a luta. Escolhia o mato com poucas árvores e de ramagem baixa. Essa vegetação leva o nome indígena de capoeira. Esse termo passou a designar também a forma de lutar e de adestrar o corpo utilizada elo negro para enfrentar seus opressores: a Capoeira.

Na angola atual existe o ritual do N’golo, ou "dança da zebra". "Não é capoeira, mas uma competição atlética que os rapazes da aldeia fazem para ver quem merece ficar com a moça que já atingiu a idade de casar". O N’golo virou folguedo, um divertimento praticado pêlos escravos nos domingos e feriados. Com o tempo, a prática teria se transformado em exibições de habilidade, destreza e leveza de movimentos, chegando ao jogo de ataque e defesa no século passado.

É uma palavra de origem Tupi Guarani (indígena) significa um tipo de preparo do solo para o replantio (mato cortado rente ao solo) onde os negros ali se encontravam para prática do N'golo devido a obsessão do regimento escravista desenvolvia a alma física como instrumento de libertação.

Também significa um tipo de vegetação, um mato. Quando algum negro fugia, seus companheiros não o caguetaram, não o dedavam. Diziam apenas que o negro foi pra capoeira... De tanto falar isso, essa luta-dança foi batizada como Capoeira.

Existe no Brasil uma ave chamada Capoeira (Opontoohorus Capueira, Soix) que além de ser encontrada no Paraguai se acha pôr quase todo o Brasil. Também chamada Uru, trata-se de uma pequena perdiz de vôo rasteiro, de pés curtos, corpo cheio, listrado de amarelo escuro, cauda curta, vive no chão, habita-se em todas as matas e anda sempre em bando. Tem canto singular que parece mais um assobio trêmulo do que um canto modulado. Além de ser uma ave que se caça bastante é também muito procurada pôr ser uma ave que se doméstica facilmente. Relativo a esta pequena ave, existe duas ligações com a palavra capoeira e sua origem. O canto da capoeira era utilizado através do assobio, pêlos caçadores no mato como chama, e os moleques ou pastores que vigiavam gado, para chamarem uns aos outros e também ao gado. Dessa forma o moleque que assim procedia era chamado capoeira.

Uma das relações do jogo de capoeira com a ave, é que o macho é muito ciumento e pôr isso trava lutas tremendas com o rival que tenta entrar em seus domínios. Naturalmente os pássaros de destreza desta luta, as negações, foram comparados com os destes homens, que sua luta sumulada para divertimento, lançava mão apenas da agilidade.

No Brasil, os escravos indefesos e oprimidos pelas armas e chibatas dos senhores de engenho se entregavam ardorosamente aos cultos religiosos e danças litúrgicas exaltando o sentido de liberdade. O ritmo bárbaro dos instrumentos da percussão, aliados aos seus cânticos acres e misteriosos, exacerba-lhes as gesticulações, exagerava-lhes os saltos, exercitava-os na ginga do corpo, dotando-os de extraordinária mobilidade, excepcional destreza e surpreendente velocidade de movimentos numa dança estranha, até então dança das Zebras. E, no laboratório da natureza, os simples gestos se transformam em movimentos de ataque e defesa diante dos olhos de seus opressores, que apenas observam, pois dança de escravo não merecia maior atenção. Enquanto dançavam, os escravos se adestravam na arte da simulada luta utilizando-se somente das armas que o próprio corpo podia lhes oferecer: pernas, braços e cabeça.

sábado, 24 de abril de 2010

O que é Capoeira?


O que é Capoeira?

A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura luta, dança, cultura popular, música, esporte, artes marcias e talvez até brincadeira. Desenvolvida no Brasil por escravos africanos e seus descendentes, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando os pés, as mãos, a cabeça, os joelhos, cotovelos, elementos ginástico-acrobáticos, e golpes desferidos com bastões e facões, estes últimos provenientes do Maculelê. Uma característica que a distingue da maioria das outras artes marcias é o fato de ser acompanhada por música.

Acredita-se que a palavra capoeira seja originária do tupi e refira-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil. Foi sugerido que a capoeira obteve o nome a partir dos locais que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata. Há, porém, uma enorme polêmica acerca da origem etimológica do termo. Existe a teoria de base lusófona na explicação de alguns etimólogos como sendo originária do português "capo", uma vez que, o jogo dançante era praticado por escravos de ganho, vendedores de aves, que assentavam ao chão as gaiolas de seus capos, antes da prática. No entanto, muito especialista considera a teoria um tanto simplista e artigos acadêmicos que questionam o rigor científico dos estudos sobre a capoeira podem ser encontrados na web. As teorias indígenas apontam tanto o tupi quanto o guarani nos termos kapwera ou tupwera, relacionando-a a vegetação debastada pela prática. Internacionalmente, os dicionários etimológicos acompanham a controvérsia, ora apresentando o vocábulo capoeira como oriundo do quicongo "kipura" sofrendo influência latina para cap, ora apresentando o português antigo "capon", frango ou galo jovem castrado, ave esta vendida em gaiolas pelos escravos de ganho praticantes da capoeira.